Um dos maiores desafios enfrentados pelos profissionais de comunicação são campanhas que pretendam a mudança de hábito. Comportamentos coletivos, muitas vezes transmitos de geração para geração, exigem um processo atencioso, cercado de apelos emocionais de grande impacto, para que sejam alterados.
Em Brasília foi iniciado um processo de substituição da água por produtos biodegradáveis - sem uso de água - na lavagem de veículos. Até hoje, a cidade conhecida como o paraíso dos automóveis, era também o paraíso dos lava-jatos. Mas vai deixar de ser. O sistema substituto, muito interessante e ecologicamente correto, utiliza produtos biodegradáveis que partem as moléculas da sujeira que é retirada sem o uso de água.
Mas o importante aqui é comentar como foi iniciado o processo de convencimento para que os habitantes, inicialmente de dois bairros nobres da Capital, abandonassem a tradicional lavagem pelo novo formato. Esse modesto bloguista aqui foi o profissional encarregado desse trabalho. Inicialmente as empresas fabricantes dos produtos que integram a higienização de veículos automotores sem utilização de água potável, não tinham uma denominação de fácil entendimento. A melhor solução que encontraram foi denominar o sistema como lavagem a seco. Tanto higienização de veículos como lavagem a seco são totalmente inadequados. No primeiro caso a expressão define um resultado, não um sistema, é de difícil reprodução etc. etc. A denominação lavagem a seco por si oferece resistência pelo fato de que as pessoas entendem que limpar, lavar, tornar brilhante, prescinde de água, como o nosso corpo e o chuveiro. Faltava uma denominação de fácil fixação e rápida dedução do que ela abrange e pretende.
O apelo ecológico é o maior do elenco de vantagens. Um lava-jato dos postos de combustível gasta 250 litros de água por veículo. Acabar com o uso da água que é devolvida após ser contaminada por produtos químicos poluentes, representa bilhões - isso mesmo, bilhões - de litros economizados.
Mas vamos voltar ao desafio da comunicação: a definição do sistema, que não é uma marca específica de um fabricante, a forma como a imprensa deveria tratar o novo hábito e tecnologia, eu batizei de biolavagem. A assessoria de imprensa imediatamente distribuiu aos veículos de comunicação releases descritivos e o nome adotado. Os jornais, revistas e emissoras de rádio e TV também instantaneamente passaram a utilizar a expressão em matérias e entrevistas. O termo é consagrado hoje no Distrito Federal e já ultrapassou fronteiras, chegando ao ministro Carlos Minc. O governador do Distrito Federal já tem em mãos uma Lei que determina o fechamento dos lava-jatos.
O importante aqui é deixar claro que para produzir peças que convençam as pessoas a mudar hábitos, são necessárias ferramentas que facilitem o processo. Hoje já existe um vocabulário próprio: profissional biolavador, veículo biolavado, escola de biolavagem.
Fonte: Kleber Ferriche
Em Brasília foi iniciado um processo de substituição da água por produtos biodegradáveis - sem uso de água - na lavagem de veículos. Até hoje, a cidade conhecida como o paraíso dos automóveis, era também o paraíso dos lava-jatos. Mas vai deixar de ser. O sistema substituto, muito interessante e ecologicamente correto, utiliza produtos biodegradáveis que partem as moléculas da sujeira que é retirada sem o uso de água.
Mas o importante aqui é comentar como foi iniciado o processo de convencimento para que os habitantes, inicialmente de dois bairros nobres da Capital, abandonassem a tradicional lavagem pelo novo formato. Esse modesto bloguista aqui foi o profissional encarregado desse trabalho. Inicialmente as empresas fabricantes dos produtos que integram a higienização de veículos automotores sem utilização de água potável, não tinham uma denominação de fácil entendimento. A melhor solução que encontraram foi denominar o sistema como lavagem a seco. Tanto higienização de veículos como lavagem a seco são totalmente inadequados. No primeiro caso a expressão define um resultado, não um sistema, é de difícil reprodução etc. etc. A denominação lavagem a seco por si oferece resistência pelo fato de que as pessoas entendem que limpar, lavar, tornar brilhante, prescinde de água, como o nosso corpo e o chuveiro. Faltava uma denominação de fácil fixação e rápida dedução do que ela abrange e pretende.
O apelo ecológico é o maior do elenco de vantagens. Um lava-jato dos postos de combustível gasta 250 litros de água por veículo. Acabar com o uso da água que é devolvida após ser contaminada por produtos químicos poluentes, representa bilhões - isso mesmo, bilhões - de litros economizados.
Mas vamos voltar ao desafio da comunicação: a definição do sistema, que não é uma marca específica de um fabricante, a forma como a imprensa deveria tratar o novo hábito e tecnologia, eu batizei de biolavagem. A assessoria de imprensa imediatamente distribuiu aos veículos de comunicação releases descritivos e o nome adotado. Os jornais, revistas e emissoras de rádio e TV também instantaneamente passaram a utilizar a expressão em matérias e entrevistas. O termo é consagrado hoje no Distrito Federal e já ultrapassou fronteiras, chegando ao ministro Carlos Minc. O governador do Distrito Federal já tem em mãos uma Lei que determina o fechamento dos lava-jatos.
O importante aqui é deixar claro que para produzir peças que convençam as pessoas a mudar hábitos, são necessárias ferramentas que facilitem o processo. Hoje já existe um vocabulário próprio: profissional biolavador, veículo biolavado, escola de biolavagem.
Fonte: Kleber Ferriche
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