20.3.09

Parque testa tecnologia para fazer chover na Chapada Diamantina

Brasília (18/03/2009) – A partir desta quinta-feira (19), a chefia do Parque Nacional da Chapada Diamantina testa um projeto que vai, literalmente, fazer chover na área do parque, que fica no sertão da Bahia. Um avião monomotor sobrevoará a região e irrigará as nuvens com jatos de água filtrada, provocando chuvas sobre a vegetação.

A tecnologia, até então inédita em unidades de conservação (UCs), pode vir a ser uma eficiente ferramenta na prevenção de incêndios florestais. A Chapada Diamantina é uma das UCs federais que mais registram focos de calor. Na semana passada, houve vários incêndios, só debelados nesta terça-feira (17).

“Não pretendemos usar as chuvas artificiais como medida emergencial para combater incêndios. Nossa idéia é fazer o uso preventivo, durante todo o ano, de modo que, mesmo em períodos de seca, a vegetação se mantenha verde e torne-se menos vulnerável ao fogo”, explica o chefe do parque, Christian Berlinck.

O Projeto Piloto de Chuvas Artificiais (PPCA) é uma parceria da direção do parque com a empresa Modclima Pesquisa e Desenvolvimento Ltda, de São Paulo, que trabalha em soluções tecnológicas limpas para gerar modificações controladas no clima e no meio ambiente.

A tecnologia que será testada no parque é chamada de “semeadura de nuvens”. Consiste em injetar, por meio de um avião, jatos de água em nuvens do tipo cumulus, estimulando-as a crescer e a entrar em processo de precipitação, como ocorreria numa situação natural.

Ao contrário de outras técnicas, que usam produtos químicos, como o nitrato de potássio, para provocar chuvas artificiais em áreas agricultáveis, a tecnologia da Modclima utiliza apenas água filtrada, totalmente pura, o que elimina qualquer possibilidade de contaminação da flora e fauna do parque.

Nesse primeiro teste, o avião fará a “semeadura” das nuvens durante dois dias – os sobrevoos começam nesta quinta e vão até a sexta-feira (19). Dependendo dos resultados, o projeto pode se tornar permanente.

Além da Modlcima, que fará o teste sem maiores custos para a unidade, o projeto piloto conta com o apoio da Petrobrás, que cedeu combustível para os aviões, e da Pousada Canto das Águas, que garantiu a hospedagem da equipe vinda de São Paulo.

Fonte: ICMBio


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