Na segunda-feira (16/01), o Distrito Federal irá enfrentar o primeiro racionamento de água da história, em plena estação das chuvas. A medida, anunciada nesta semana, foi tomada assim que o nível do maior reservatório da região, o do Descoberto, que abastece 1,8 milhão de pessoas, chegou a menos de 20% (18,85% nesta sexta) da sua capacidade. O segundo maior reservatório, de Santa Maria, está com 41,04% da capacidade, o que também é preocupante.
O anúncio, feito pela Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb), pegou a população do DF de surpresa, tanto por ser o primeiro da região quanto por acontecer em plena estação chuvosa, quando o volume dos reservatórios costuma estar em 100%. Ainda sem data para acabar, o racionamento só será suspenso se o volume dos reservatórios voltar a subir a níveis aceitáveis para o período da seca, que dura de abril a setembro.
Apesar de enfrentar todos os anos uma estação seca prolongada, o Distrito Federal nunca teve problemas de abastacimento por ser rico em nascentes. Conhecido como berço das águas, abriga as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (São Francisco, Tocantins e Prata) e contribui para oito das doze regiões hidrográficas do Brasil. Uma crise hídrica no DF, portanto, tem potencial para afetar grande parte do País.
A abundância da oferta de água, no entanto, não foi suficiente para manter o abastecimento em um cenário de crescimento populacional, aumento do uso da água para irrigação, falta de investimento e escassez de chuvas.
Por enquanto, o racionamento será parcial, atingirá apenas as regiões abastecidas pelo Descoberto em ciclos de seis dias. Nesses locais, a interrupção de água será total por um dia e parcial por mais dois dias. Nos três dias seguintes será normalizada. No sétimo dia recomeça o ciclo com uma nova interrupção total. Nas regiões não afetadas pela medida, a pressão da água será reduzida a partir de 30 de janeiro.
As áreas afetadas serão Águas Claras, Candangolândia, Ceilândia, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Park Way, Recanto das Emas, Riacho Fundo I e II, Santa Maria, Samambaia, Taguatinga e Vicente Pires.
As regiões que por enquanto não terão racionamento são: Plano Piloto, Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Lago Sul, Lago Norte, Paranoá, Varjão, Itapoã e Jardim Botânico. Significa que a Esplanada dos Ministérios, a Praça dos 3 Poderes e as residências oficiais do presidente e de ministros não serão afetadas pela falta de água ainda.
Fonte: R7 / Agência Brasília / Caesb
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