Sem espaço para aterrar o lixo que produzem, Barueri e Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, decidiram queimar o lixo coletado nas ruas e deixaram em alerta especialistas ambientais.
As duas cidades serão as primeiras do país a adotar a medida, que é polêmica.
Estudos internacionais apontam relação entre usinas de queima de lixo e casos de câncer detectados em moradores de suas imediações.
As prefeituras alegam que seus projetos estão sendo feitos de forma a evitar problemas ao ambiente e à saúde.
O plano mais adiantado e que deve ser concluído em três anos é o de Barueri.
A cidade montou uma parceria com uma empresa que vai importar uma tecnologia francesa. O grupo que venceu a licitação será responsável pela usina por 30 anos.
A construção da planta de incineração deve custar por volta de R$ 160 milhões --e mais R$ 44,6 milhões por ano para a usina funcionar.
"É a melhor solução possível. Não existe mais espaço para aterros. Hoje, gastamos muito com transporte de lixo. Os caminhões percorrem 30 quilômetros até o destino", diz Francisco Pugliesi, diretor de limpeza urbana da Prefeitura de Barueri.
Estimativa da prefeitura aponta para a redução de 90% do volume de lixo que vai para o aterro.
O projeto da usina, que vai queimar o lixo a 800º C, ganhou o primeiro aval da Cetesb, a agência ambiental paulista, no fim de 2012.
Segundo Pugliesi, a usina é fechada e os gases da incineração do lixo estão dentro dos padrões considerados seguros pelos órgãos ambientais.
A energia gerada com a queima do lixo deve produzir também parte da eletricidade consumida em Barueri.
PARCERIA
Também na Grande São Paulo, Mogi das Cruzes e mais cinco municípios (Salesópolis, Biritiba-Mirim, Guararema, Arujá e Suzano) montaram um projeto conjunto com características gerais semelhantes ao de Barueri.
"Nós temos um acordo inicial com a Sabesp. Ela está interessada em fazer uma usina de pirólise [tratamento de lixo com fogo] na região", afirma Marco Bertaiolli (PSD), prefeito de Mogi das Cruzes.
Para ele, o consórcio entre os seis municípios é a única saída para viabilizar o destino final de pelo menos 500 toneladas de lixo por dia.
"Mesmo que a Sabesp saia do acordo, o consórcio de municípios vai tocar a construção da usina", diz.
Bertaiolli afirma que não há mais lugar para a construção de aterros na região.
Fonte: Folha de S.Paulo
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