A ideia do primeiro bairro ecologicamente correto de Brasília está saindo do papel da forma menos ecológica possível. O projeto de urbanização do Setor Noroeste e do Parque Burle Marx vem causando grandes prejuízos às últimas áreas de cerrado nativo do Plano Piloto. Quem constatou foi o Fórum das ONGs ambientalistas do Distrito Federal, que congrega 48 movimentos de defesa do meio ambiente.
Há duas semanas, quando um dos membros do Fórum passava pela pista que liga a Via Epia ao final da W3 Norte, percebeu a ação dos tratores dentro do cercado que delimita o Burle Marx. Eles avançavam sobre a vegetação de árvores baixas e galhos retorcidos, típicos do cerrado, e faziam a terraplanagem da área. Ontem, havia uma grande vala no mesmo local, cuja forma lembra uma pequena lagoa, semelhante à do Parque da Cidade.
Uma sequência de montanhas de barro vermelho saindo da margem sul da vala em direção à área onde serão erguidos os prédios residenciais denunciava que uma galeria de águas pluviais é construída em detrimento à vegetação. "Esta é uma área de cerrado intangível, que jamais foi mexido desde a construção de Brasília", disse Mara Moscoso, coordenadora do Fórum das ONGs ambientalistas da capital.
A queixa do Fórum é justificada pelo último plano de manejo do Parque Burle Marx, datado do início de 2009. "De acordo com o documento, não estava prevista a construção de uma lagoa artificial neste local", apontou Mara Marchetti, voluntária de uma das ONGs do Fórum. "Da última vez que estivemos aqui, duas semanas atrás, não havia esta vala", constatou Simone Messias, que também atua no movimento.
O Parque Burle Marx possui 56 hectares de área de cerrado intangível. Devido à proximidade com a Floresta Nacional de Brasília (Flona), situada do outro lado da Via Epia, a menos de três quilômetros em uma linha reta desde a cerca do Burle Marx, o parque funciona como um refúgio para algumas espécies que habitam a Flona. Tatus, raposas, araras, tucanos e até lobos-guarás circulam justamente na área devastada. "Existem outros pontos no parque que estão deteriorados e, por isso mesmo, seria melhor que fosse feita qualquer obra nessas áreas. Pelo menos a área intacta permaneceria assim", sugeriu Mara Moscoso.
Representantes do Fórum foram ao Instituto Brasília Ambiental (Ibram), órgão público distrital responsável pela fiscalização do meio ambiente, e oficializaram a denúncia. A irregularidade teria sido constatada e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) teria multado a empresa Basevi em R$ 250 mil pelo desmatamento. A reportagem tentou contactar o Ibram e o Ministério Público, mas não obteve retorno.
Fonte: Correio Braziliense
Há duas semanas, quando um dos membros do Fórum passava pela pista que liga a Via Epia ao final da W3 Norte, percebeu a ação dos tratores dentro do cercado que delimita o Burle Marx. Eles avançavam sobre a vegetação de árvores baixas e galhos retorcidos, típicos do cerrado, e faziam a terraplanagem da área. Ontem, havia uma grande vala no mesmo local, cuja forma lembra uma pequena lagoa, semelhante à do Parque da Cidade.
Uma sequência de montanhas de barro vermelho saindo da margem sul da vala em direção à área onde serão erguidos os prédios residenciais denunciava que uma galeria de águas pluviais é construída em detrimento à vegetação. "Esta é uma área de cerrado intangível, que jamais foi mexido desde a construção de Brasília", disse Mara Moscoso, coordenadora do Fórum das ONGs ambientalistas da capital.
A queixa do Fórum é justificada pelo último plano de manejo do Parque Burle Marx, datado do início de 2009. "De acordo com o documento, não estava prevista a construção de uma lagoa artificial neste local", apontou Mara Marchetti, voluntária de uma das ONGs do Fórum. "Da última vez que estivemos aqui, duas semanas atrás, não havia esta vala", constatou Simone Messias, que também atua no movimento.
O Parque Burle Marx possui 56 hectares de área de cerrado intangível. Devido à proximidade com a Floresta Nacional de Brasília (Flona), situada do outro lado da Via Epia, a menos de três quilômetros em uma linha reta desde a cerca do Burle Marx, o parque funciona como um refúgio para algumas espécies que habitam a Flona. Tatus, raposas, araras, tucanos e até lobos-guarás circulam justamente na área devastada. "Existem outros pontos no parque que estão deteriorados e, por isso mesmo, seria melhor que fosse feita qualquer obra nessas áreas. Pelo menos a área intacta permaneceria assim", sugeriu Mara Moscoso.
Representantes do Fórum foram ao Instituto Brasília Ambiental (Ibram), órgão público distrital responsável pela fiscalização do meio ambiente, e oficializaram a denúncia. A irregularidade teria sido constatada e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) teria multado a empresa Basevi em R$ 250 mil pelo desmatamento. A reportagem tentou contactar o Ibram e o Ministério Público, mas não obteve retorno.
Fonte: Correio Braziliense
Nenhum comentário:
Postar um comentário