15.6.09

Indústria de papel obtém lucro ambiental com créditos de carbono

A Celulose Irani, de Santa Catarina, vive o melhor de dois mundos. Em 2004, depois de refazer o seu planejamento estratégico, a empresa investiu R$ 29 milhões em dois projetos ambientais (uma usina para combustão dos resíduos do processo de produção de celulose e uma estação de tratamento de efluentes). Com isso, cortou suas emissões de dióxido de carbono (CO2), o principal vilão do efeito estufa, de 235 mil toneladas, em 2004, para 18 mil no ano passado – uma redução de 92%.

Só isso já seria uma ótima notícia, mas há outra tão boa ou melhor. O C02 que a Irani deixou de emitir foi transformado em créditos de carbono e vendido para empresas como Shell e Cargill. Desde 2005, a Irani já obteve uma receita extra de cerca de R$ 9 milhões com a venda de créditos de carbono – foram R$ 5,1 milhões só no ano passado, valor que deve ser superado em 2009.

– É uma prova de que cuidar do ambiente também pode ser lucrativo. E é importante que haja esse retorno financeiro. É preciso trabalhar de forma equilibrada entre os aspectos ambiental, social e econômico – defende Odivan Cargnin, diretor administrativo-financeiro e de relações com investidores da Irani, que apresentou o exemplo da empresa como uma solução inovadora e bem-sucedida de sustentabilidade ambiental na conferência da Anpei.

A Irani percebeu cedo as vantagens do comércio de carbono, segundo os moldes propostos pelo Protocolo de Kyoto, o acordo feito em 1997 pelos países de todo o mundo para reduzir as emissões de gases poluentes. A empresa foi a primeira do Brasil e a segunda do mundo do setor de papel a negociar os créditos de carbono.

Conforme o Protocolo, para cada tonelada de CO2 que uma empresa deixa de emitir, ela recebe um crédito, que pode ser vendido para outras companhias como uma espécie de licença para continuar emitindo CO2. A cotação do um crédito varia conforme o projeto – no caso da Irani, fica entre sete (no projeto da usina de combustão) a 17 euros (na estação de tratamento de efluentes).

Além da renda extra e da redução do impacto ambiental de suas atividades, o investimento em projetos ambientais trouxe outros dividendos para a Irani. A empresa diversificou sua matriz energética e obteve a valiosa certificação de carbono neutro pela a ONU, uma vantagem estratégica num mercado em que os consumidores dão cada vez mais valor a empresas ecologicamente corretas.

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Fonte: Zero Hora

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