No domingo de 15 de abril, alguns produtores rurais de Ponte Alta Norte, no Gama, estavam em uma sala da escola classe da região para uma reunião com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) e com a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa). Tudo foi bem até o fim do encontro. Mas, na saída, fora da sala, dois vizinhos se desentenderam e começaram uma briga que acabou envolvendo menores de idade e idosos. Todo mundo acabou na delegacia. A água foi o motivo da confusão e, agora, começa a desenhar um prognóstico até então descrito apenas pelos especialistas: o de que, no futuro, o ser humano lutará pelo recurso natural.
No ano passado, o agricultor Paulo José de Santana, um dos produtores do Núcleo Rural Tabatinga, em Planaltina, acabou preso por estar armado durante uma discussão com o vizinho em função de uma intervenção do canal de abastecimento da água que vem do Ribeirão Pipiripau. Em 2003, no Núcleo Rural Santos Dumont, na mesma cidade, desavenças sobre o uso do recurso hídrico terminaram com tiros e na morte do chacareiro José da Silva. Em Brazlândia, há alguns anos, não fosse a falta de mira de um dos envolvidos em uma briga pelo mesmo motivo, alguém poderia ter se ferido. “Hoje, se tem um problema e alguém não quer ceder, vou direto na polícia. Nada mais adianta”, diz Paulo.
Fonte: Correio Braziliense
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